Saudades não só tem cheiro. Têm pessoas. Cenas. Conquistas. Bagunça. Bolinha de papel. Tem o prato principal. Exótico. Ululantemente único. Seu. Guardado e escancarado. Degustado como o primeiro algodão doce. Pipoca. Sorvete. Brinquedo. Tombo de bicicleta sem rodinhas. Porque e simplesmente porque ele nunca e jamais voltará em hipótese alguma a se repetir. Não com o mesmo cheiro. Mas sempre, permanentemente sempre será seu. Mesmo que sequestrem seu coração, estes cheiros todos permaneceram lá. Naquele seu baú galopante em seu peito.
***
- Que cheiro gostoso que me deu agora.
Meu primeiro bilhetinho de amor de quarta série,
que deveria ser entregue a Cynthia,
mas que o profano do Zé Carlos interceptou
e o megafonou ao ônibus azul todo.
Infame.
Nenhum comentário:
Postar um comentário